Laringotraqueoscopia flexível na decanulação de pacientes traqueostomizados: otimização de segurança para o paciente

  • Mauricio Medeiros Lemos Universidade Estadual de Maringá
  • César Orlando Peralta Bandeira
  • Vlaudimir Dias Marques
  • Jorge Juarez Vieira Teixeira
  • Maria Dalva Barros de Carvalho
Palavras-chave: Decanulação, Doenças traqueais, Medidas de segurança, Obstrução de via aérea, Traqueostomia.

Resumo

Avaliar a decanulação utilizando a laringotraqueoscopia flexível visando o reconhecimento das lesões laringotraqueais não diagnosticadas quando utilizados somente critérios clínicos. Participaram do estudo 100 pacientes, com idade entre 18 e 80 anos, traqueostomizados, com indicação de decanulação que foram submetidos à oclusão da cânula por 03 minutos para avaliar fonação e ventilação seguido da realização do exame. Foi comparada a indicação de decanulação por critérios clínicos com o diagnóstico de lesões laringotraqueais reconhecidas após o término da laringotraqueoscopia flexível. Os critérios de Myer-Cotton foram utilizados como referencial para classificação de doença laringotraqueal. Resultados: 62 (62%) pacientes apresentaram critérios clínicos para decanulação, porém, com doença laringotraqueal identificada pela laringotraqueoscopia flexível. Dentre estes, oito (8%) considerados aptos à decanulação baseados nos critérios clínicos apresentaram contraindicação à retirada da cânula. Apenas 26 (26%) pacientes não apresentaram doença laringotraqueal; 11 (11%) não foram decanulados por não preencherem critérios clínicos e endoscópicos. A laringotraqueoscopia flexível reconheceu doença laringotraqueal nos pacientes que preenchiam critérios clínicos para retirada da cânula traqueal. Este exame como rotina na avaliação de pacientes preenchendo critérios de decanulação mostrou-se útil e seguro.

Biografia do Autor

Mauricio Medeiros Lemos, Universidade Estadual de Maringá
Programa de Ciências da Saúde
César Orlando Peralta Bandeira
Docente associado doutor da disciplina de cirurgia torácica da Universidade Estadual de Maringá
Jorge Juarez Vieira Teixeira
professor tide, Associado C da Universidade Estadual de Maringá
Maria Dalva Barros de Carvalho
Professora Associado C da Universidade Estadual de Maringá

Referências

Pham T, Brochard LJ, Slutsky AS. Mechanical Ventilation: State of the art. Mayo Clin Proc. 2017; 92(9):1382-1400.

Schroder JB, Marian T, Muhle P, Claus I, Thomas C, Ruck T, et al. Intubation, tracheostomy, and decannulation in patients with Guillain-Barré-syndrome-does dysphagia matter? Muscle Nerve. 2019; 59(2):194-200.

Singh RK, Saran S, Baronia AK. The practice of tracheostomy decannulation – A systematic review. J Intensive Care. 2017; 5: 38.

Enrichi C, Battel L, Zanetti C, Koch I, Ventura L, Palmer K, et al. Clinical criteria for tracheostomy decannulation in subjects with acquired brain injury. Respir Care. 2017; 62(10):1255-1263.

Higashi T, Eguchi H, Wakayama Y, Sumi M, Saito T, Inaba Y. Analysis of the risk factors for tracheostomy and decannulation after traumatic cervical spinal cord injury in an aging population. Spinal Cord. 2019; 10. doi: 10.1038/s41393-019-0289-x.

Cotton, R T. Pediatric laryngotracheal stenosis. J Pediatr Surg. 1984; 1 9(6):699-704.

Southcott AM, Holdsworth C, Malcolm L, Muruganandan S, Skinner E. Evaluation of the implementation of a Tracheostomy Review Services (TRS): an observational cohort study. J Interprof Care. 2019; 23:1 - 9.

Budweiser S, Baur T, Jorres RA, Kollert F, Pfeifer M, Heinemann F. Predictors of successful decannulation using tracheostomy retainer in patients with prolonged weaning and persisting respiratory failure. Respiration. 2012; 84:469–476.

Mah JW, Staff II, Fisher SR, Butler KL. Improving decannulation and dwallowing function: A comprehensive, multidisciplinary approach to post-tracheostomy care. Respir Care. 2017; 62(2):137-143.

Nakarada-Kordic I, Patterson N, Wrapson J, Reay SD. A Systematic Review of Patient and Caregiver Experiences with a Tracheostomy. Patient. 2018; 11(2):175-191.

Rodrigues LB; Nunes TA. Importância da broncoscopia flexível na decanulação de pacientes traqueostomizados. Rev. Col. Bras. Cir. 2015; 42(2): 075-080.

Sachdev A, Ghimiri A, Gupta N, Gupta D. Pre - decannulation flexible bronchoscopy in tracheostomized children. Pediatr Surg Int. 2017; 33(11):1195-1200.

Cohen O, Tzelnick S, Lahav Y, Stavi D, Shoffel-Havakuk H, Hain M, et al. Feasibility of a single-stage tracheostomy decannulation protocol with endoscopy in adult patients. Laryngoscope. 2016; 126(9):2057-62.

Grillo HC. Surgery of the trachea and bronchi. Hamilton: BC Decker; 2004.

Welton C, Morrison M, Catalig M, Chris J , Pataki J, Can an interprofessional tracheostomy team improve weaning to decannulation times? A quality improvement evaluation. Can J Respir Ther. 2016; Winter; 52(1): 7–11.

Kutsukutsa J, Mashamba -Thompson TP, Saman Y. Tracheostomy decannulation methods and procedures in adults: A systematic scoping review protocol. Syst Rev. 2017; 4; 6 (1):239.

Santus P, Gramegna A, Radovanovic D, Racanelli R, Valenti V, Rabbiosi D, et al. A systematic review on tracheostomy decannulation: A proposal of a quantitative semiquantitative clinical score. Med. 2014; 15; 14:201.

Brunet J, Dufour-Trivini M, Sauneuf B, Terzi N. Gestion de la décanulation: quelle prise en charge pour le patient trachéotomisé ? Management of decanulation in the tracheostomized patient. Réanimation, 2015.

Otorhinolaryngol. Tracheal decannulation protocol in patients affected by traumatic brain injury. In: Arch Otorhinolaryngol. 2014; 18(2):108-14.

Seligman KL, Liming BJ, Smith RJH. Pediatric Tracheostomy Decannulation: 11-Year Experience. Otolaryngol Head Neck Surg. 2019; Apr 16:194599819842164. doi: 10.1177/0194599819842164.

Publicado
2019-08-23
Seção
Artigos Originas - Promoção da Saúde