Uma análise da operação de hedge no etanol hidratado em uma usina do Estado da Paraíba

Palavras-chave: Etanol, Hedge, Setor sucroalcooleiro

Resumo

O presente artigo tem por objetivo comparar as operações à vista e de hedge na comercialização do Etanol Hidratado em uma usina. Os preços futuros foram extraídos de séries históricas da BM&FBOVESPA enquanto que os valores à vista foram fornecidos por uma usina sucroalcooleira do Estado da Paraíba. Em seguida, foi avaliado o Teste Aumentado de Dickey-Fuller para verificar a estacionaridade do etanol e o Teste de Cointegração para descrever a relação do etanol a longo prazo. Por fim, mensurou-se a operação de hedge e a razão ótima e efetividade de hedge. Os resultados indicaram que o etanol hidratado apresenta um comportamento com movimentos oscilatórios com tendência para baixa e alta nos preços no mercado para ambas as variáveis: à vista e futuro. Identificou-se que o risco para o preço à vista foi de 21% enquanto que em operações futuras ficou em 9%. Esses resultados apontaram que, para minimizar o risco do preço à vista e futuro do etanol hidratado no Estado da Paraíba, os investidores devem se proteger mediante as operações do hedge.

Biografia do Autor

Alexandra Kelly Moraes, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Mestre em Administração e Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Brasil.
Marcos Felipe Falcão Sobral, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Doutor em Engenharia de Produção pela UFPE. Docente no Programa de Pós-graduação em Administração e Desenvolvimento Rural (PADR) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Brasil.
André de Souza Melo, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Doutor em Economia pela UFPE. Docente no Programa de Pós-graduação em Administração e Desenvolvimento Rural (PADR) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Brasil.

Referências

ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2018. Lista de Usinas. Disponível em: www.anp.gov.br. Acesso em: nov. 2018.

BM&FBOVESPA. Futuro de etanol hidratado com Liquidação Financeira, 2018. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-eservicos/negociacao/commodities/futuro-de-acucar-cristal-com-liquidacao-financeira.htm . Acesso em: 25 out. 2018.

BODNAR, G. et al. Gestão de Risco para Empresas Não Financeiras Italianas: Moeda e Exposição à Taxa de Juros. Européia de Administração Financeira, p. 887-910, 11 out. 2013.

CAPITANI, D. H. D.; CRUZ JUNIOR, J. C.; TONIN, J. M. Integração e eficiência do hedge nos mercados de etanol no Brasil e EUA. Contextus, v. 16, n. 1, jan./abr. 2018.

CARMONA, C. et al. Theory of hedge: theoretical-empirical issues applied to risk management with derivatives. Revista Internacional Contábil, v. 8, p. 29-48, abr./jun. 2014.

CARVALHO, P.; FONSECA, M. A mecanização do setor sucroalcooleiro Paraibano: um estudo a partir da teoria de custos evitados. Revista livre de sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 2, n. 1, p. 138-164, 2017.

CBOT - Chicago board of trade. Apostila Guia de Auto Estudo do Hedge. 2005.

CHANCE, D. Essays in derivatives: risk-transfer tools and topics made easy. 2. ed. Wiley Finance, 2008.

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira de Cana-de-Açúcar, v. 4 - Safra 2017/2018. Brasília, 2018. Disponível em: www.conab.gov.br. Acesso em: 10 nov. 2018.

COWLES, A. Can Stock Market Forecaster Forecast? In Econometrica, v. 1, n. 3, p. 309-224, jul. 1933.

COWLES, A.; JONES, H. Some a posterior probabilities in stock market action. Econometrica, v. 5, n. 3, p. 280-294, 1937.

DICKEY, D.; FULLER, W. Distribution of the estimators for autoregressive time series with a unit rood. Journal of the American Statistical Association, v. 74, p. 427-431, 1979.

DICKEY, D.; FULLER, W. A likelihood ratio statistics for autoregressive time series with a unit root. Econometrica, v. 49, p. 1057-1072, 1981.

EDERINGTON, L. The hedging performance of the new futures markets. Journal of Finance, v. 34, p. 157-170, 1979.

ENDERS, W. Applied econometrics time series. 2. ed. Hoboken: Wiley, 2004.

FARHI, M. Derivativos financeiros: hedge, especulação e arbitragem. Revista Economia e Sociedade, p. 93-114, dez. 1999.

FILENI, D.; MARQUES, P.; MACHADO, H. O risco de base e a efetividade do hedge: para o agronegócio do café em Minas Gerais. Revista de Administração da UFLA, v. 1, p. 42-50, jan. 1999.

FRANCO, F.; OLIVEIRA NETO, O.; MACHADO, W. Hedging effectiveness for ethanol of the Pernambuco and Alagoas in futures market of the BM&FBovespa. Rev. Econ. NE, v. 47, p. 49-64, jan./mar. 2016.

GONÇALVES, E. Eficiência de hedging e taxa ótima de hedge: contratos futuros de depósitos interfinanceiros de um dia. Revista Brasileira de Economia, v. 47, n. 4, p. 623-640, out./dez. 1993.

GUIMARÃES, D.; ARAÚJO, G.; BARBEDO, H. Is it possible to outperform Ibovespa through technical analysis in the futures market? Revista de Administração Contemporânea, v. 15, p. 918-930, set./out. 2011. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552011000500008

GUJARATI, D. N. Econometria básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

HARZER, J. et al. Efetividade do hedge de variância mínima no mercado futuro de café negociado na BM&FBovespa. Revista Custos e @gronegócio, v. 10, p. 169-189, jan./mar. 2014.

HICKS, J. Value and Capital. Oxford: Oxford University Press, 1939. Vol. 2, 340p.

HULL, J. C. Option, Futures, and Other Derivatives. 9. ed. [s. l.]: Bookman, 2016.

JOHANSEN, S.; JUSELIUS, K. Maximum likelihood estimation and inference on cointegration with application to the demand for money. Oxford Bulletin of Economics and Statistics, v. 52, n. 2, p. 169-209, 1990.

KALDOR, N. Speculation and economic stability. Review of Economic Studies, 7. 1939.

KENDALL, M. The analysis of economic time - series, part I. Prices. Journal of Royal Statistical Society, v. 96, p. 11-25, 1953.

KEYNES, J. General theory of employment, interest and money. In: THE COLLECTED writings of John Maynard Keynes. London: MacMillan; St. Martin, 1936. Vol. 4.

LEMGRUBER, E.; BECKER, J.; FELÍCIO, R. Seguro dinâmico de portfólio. Revista Brasileira de Economia, v. 45, n. 4, p. 629-47, out./dez. 1991.

MARGARIDO, M.; JUNIOR, H. Teste para mais de uma raiz unitária: uso do software sas® na elaboração de uma rotina para o teste dickey-pantula. Pesquisa e Debate, v. 17, p. 149-170, 2006.

MORAIS, I.; STONA, F.; SCHUCK, F. Econometria Aplicada no EViews. Porto Alegre, 2016.

MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola, 2010.

MYERS, J.; THOMPSON, S. Generalized optmal hedge ratio estimation American. Journal of Agriultural Economics, v. 71, n. 4, p. 858-857, 1989.

OLIVEIRA NETO, O.; FIGUEIREDO, R.; MACHADO, A. Efetividade de hedge e razão ótima de hedge para a cultura do milho no estado de Goiás. Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 5, p. 115-138, maio/ago. 2009.

PAIXÃO, M.; FONSÊCA, M. Etanol na Paraíba: barreiras comerciais e perspectivas de aumento das exportações. Revista Econômica do Nordeste, v. 43, n. 3, p. 585-610, jul./set. 2012. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/projwebren/Exec/artigoRenPDF.aspx?cd_artigo_ren=1332. Acesso em: 10 nov. 2018.

PINHO, F. M.; JUNIOR, A. F. A.; CAMARGOS, M. A. Um estudo comparativo de diferentes modelos estatísticos para cálculo da razão ótima de hedge no mercado de boi gordo. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 19, n. 3, p. 160-176, 2017.

SAITO, R.; SCHIOZER, R. Uso de derivativos em empresas não-financeiras listadas em bolsa no Brasil. Revista Administração, v. 42, p. 97-107, jan./mar. 2007.

SANTOS, R.; MAIA, S. Razão Ótima e efetividade de hedge do etanol hidratado nos contratos futuros de commodities sucroalcooleiras. Brasileira de Administração Científica, v. 7, n. 2, p. 35-48, abr./jul. 2016.

SILVA, T.; NETO, O.; MACHADO, W. Gestão do Risco do Preço do Açúcar para os Principais Estados Produtores Brasileiros no Mercado Futuro da BM&FBovespa. Gestão, Inovação e Negócios, v. 2, n. 2, p. 13-26, 2016.

SILVEIRA, R. L. F.; CRUZ, J. C.; SAES, S. M. Uma análise da gestão de risco de preço por parte dos produtos de café arábica no Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 50, n. 3, jul./set. 2012.

SINDÁLCOOL - Sindicato da indústria de fabricação do álcool do Estado da Paraíba. Disponível em: http://www.sindalcool.com.br/. Acesso em: nov. 2018.

SOUZA, R.; CUNHA, C.; WANDER, A. Efeitividade e razão ótima de hedge para operações de boi gordo em Goiás. Latin American Journal of Business Manegement, p. 41-60, jul./dez. 2012.

SOUZA, W.; MARTINES-FILHO, J.; MARQUES, P. O Hedge simultâneo dos riscos de preço e de câmbio da produção de soja em Rondonópolis (MT), utilizando contratos da BOVESPA-BM&F. Organizações Rurais & Agroindustriais, v. 13, n. 3, p. 403-413, 2011.

TUFANO, P. Who manages risk? An empirical analysis of risk management practices in the gold mining industry. Journal of Finance, v. 51, n. 4, p. 1097-1137, 1996.

UNICA. (2018). União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Moagem de cana-de-açúcar e produção de açúcar e etanol - safra 2017/2018. Disponível em: http://www.unicadata.com.br/historico-de-producao-e-moagem.php?idMn=32&tipoHistorico=4&acao=visualizar&idTabela=1984&safra=2017%2F2018&estado=RS%2CSC%2CPR%2CSP%2CRJ%2CMG%2CES%2CMS%2CMT%2CGO%2CDF%2CBA%2CSE%2CAL%2CPE%2CPB%2CRN%2CCE%2CPI%2CMA%2CTO%2CPA%2CAP%. Acesso em: 04 nov. 2018.

USDA. Departamento de Agricultura dos EUA. Disponível em: https://www.usda.gov. Acesso em: 10 nov. 2018.

VOGELSANG, T. J.; FRANSES, H. B. F. Testing for common deterministic trend slopes. Journal of Econometrics, v. 126, n. 1, p. 1-24, 2005.

WORKING, H. Futures trading and hedging. American Economic Review, v. 3, 1953.

Publicado
2021-07-31
Seção
Agronegócio