Estudo longitudinal dos traumatismos severos em dentes decíduos: complicações clínicas e radiográficas

Palavras-chave: Complicações., Dente decíduo, Traumatismos dentários

Resumo

O objetivo é avaliar a frequência dos traumatismos em dentes decíduos, as sequelas advindas das injúrias envolvendo os tecidos de sustentação, bem como a associação destas injúrias às sequelas clínicas e radiográficas. Trata-se de um estudo clínico longitudinal, no qual foram avaliados 342 dentes traumatizados, atendidas no serviço odontológico de uma instituição pública, as avaliações foram realizadas após o traumatismo e decorrido 24 meses. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva e ao teste Qui-quadrado (p≤0,05). A maior frequência de traumas acorreu na idade 24-35 meses, o principal fator etiológico à queda da própria altura (77,8 %), gênero masculino (59,5%), arco dentário o superior (96,5%), dente 51 (43,1%); 70,6% possuíam mais de um dente afetado e 8,2% histórico de trauma; a injúria mais prevalente foi a luxação lateral (33,6%). Na proservação, houve associação entre tipo de injúria ao tecido de suporte com a presença de sequelas radiográficas (p=0,02) e perda precoce (p=0,01). Conclui-se que as principais sequelas observadas foram a descoloração coronária e reabsorção radicular inflamatória e houve associação significante entre as variáveis tipo de injúria ao tecido de sustentação com a presença de sequelas radiográficas e a perda precoce do dente decíduo traumatizado.

Biografia do Autor

Thaynara de Souza Lopes, Universidade Estadual de Maringá - UEM
Mestre em odontologia integrada pela Universidade Estadual de Maringá - UEM, Maringá, Brasil.
Lais Albuquerque Marengoni, Universidade Estadual de Maringá - UEM
Cirurgião dentista pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Brasil.
Monica Cristiane Xavier Alves, Universidade Estadual de Maringá - UEM
Acadêmica do curso de odontologia Universidade Estadual de Maringá (UEM), Brasil.
Andressa Mioto Stabile, Universidade Estadual de Maringá -UEM
Residente em Odontopediatria da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Brasil.
Patricia Fernandes Brito Silva, Universidade Estadual de Maringá - UEM
Residente em Odontopediatria na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Brasil.
Gabriela Cristina Santin, Universidade Estadual de Maringá e Centro Universitário Ingá
Doutorado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP). Docente adjunto do Centro Universitário Ingá, Brasil.
Marina de Lourdes Calvo Fracasso, Universidade Estadual de Maringá - UEM
Doutorado em Odontologia (Odontopediatria) pela Universidade de São Paulo. Professora adjunto da Universidade Estadual de Maringá Brasil.

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Publicado
2020-06-12
Seção
Artigos Originais