REFLEXÕES SOBRE DEMOCRACIA LÍQUIDA E SUA FUNDAMENTAÇÃO NO PLANO DAS TEORIAS DEMOCRÁTICAS
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9184.2017v17n2p375-400Palavras-chave:
Democracia líquida, Modernidade, Participação, Representação.Resumo
Discutem-se os fundamentos teóricos da democracia líquida, compreendida como uma possibilidade do cidadão, por livre escolha, decidir ou delegar sua decisão sobre os problemas da comunidade com a utilização, p. ex., de ferramentas digitais, identificando sua correlação com outras vertentes, como a direta e a representativa, situando-a num determinado campo teórico e verificando suas condições de possibilidade no âmbito de um sistema de controle de constitucionalidade. Questiona-se se a concepção de democracia líquida se configura como um novo formato para a democracia ou apenas apresenta novas ferramentas procedimentais, como a internet, para o alcance de objetivos já atingidos por outros formatos como, por exemplo, na democracia direta ou na própria democracia representativa. O objetivo foi analisar os fundamentos teóricos da democracia líquida, identificando sua correlação com outras vertentes da democracia, como a direta, a representativa e a popular, situando-a, se possível, dentro de um determinado campo teórico. Como método de abordagem adotou-se a concepção de modernidade líquida proposta por Bauman, constituindo-se o referencial de análise, e procedimento lastreado no método hipotético-dedutivo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental.Referências
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