A CRISE DE (IR)RACIONALIDADE DO SISTEMA PENAL: A DESSUBJETIVAÇÃO DO “OUTRO” NO ESTADO DE EXCEÇÃO DAS SOCIEDADES PÓS-DISCIPLINARES

Palavras-chave: Crise, Multidão, Penalidade, Risco, Homo sacer

Resumo

Existe uma constante e permanente crítica às atuais condições do sistema penal, principalmente no Brasil, sempre no sentido de afirmar que a penalidade contemporânea encontra-se em crise. No entanto, indaga-se: o sistema penal está em crise, ou ele “é crise”? Propõe-se aqui que a irracionalidade do sistema penal moderno é inerente ao seu próprio funcionamento, lógica essa determinada pela disposição dos modos de produção e as relações sociais da modernidade. Não há, portanto, nada de surpreendente na crise do sistema penal e em seus aspectos seletivos. Em verdade, a seletividade sempre foi uma imanência do sistema penal. A diferença é que hoje esse processo ocorre de maneira muito mais sutil e ideologizada e seus efeitos desencadeiam a crescente destruição identitária do “outro”. O sujeito moderno encontra-se cada vez mais “dessubjetivado”, e aqueles que sofrem ainda mais com os mecanismos da biopolítica são a “Multidão”, lançada cada vez mais próxima à condição elementar 0 de homini sacrii, de refugo humano, inseridos num estado de exceção que se compõe cada vez mais como estrutura jurídico-política padrão. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo propor uma breve análise contemporânea crítico-filosófica do fenômeno carcerário, a fim de possibilitar a elaboração de um novo conjunto de abordagens que possa ser eficaz para tratar de maneira atual a seletividade penal, o encarceramento em massa e a ilegitimidade do discurso jurídico penal, utilizando-se como referencial teórico principal a criminologia crítica e como metodologia a dialética.

Biografia do Autor

Diogo Mariano Carvalho de Oliveira, Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Mestrando no Programa de Mestrado em Ciência Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP. Graduado em Direito na Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP. Membro do coletivo Círculo de Estudos da Ideia e da Ideologia - CEII.
Jorge Sobral da Silva Maia
Biólogo (UFSCar). Pós-doutorado Junto ao Instituto de Biociências da UNESP em Botucatu/SP; Doutor em Educação para a Ciência pela Faculdade de Ciências - Universidade Estadual Paulista (UNESP). Consultor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Diretor de Pós Graduação da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Atuou como Pró-Reitor de Pesquisa e Pós Graduação da mesma Universidade; Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Professor Adjunto do Centro de Ciências Humanas da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Coordenador do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Educação para a Ciência. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental ligado ao Programa de Pós Graduação em Educação Para a Ciência da UNESP em Bauru/SP. Atua na área de Ciências Biológicas e Ensino de Ciências com ênfase em Educação Ambiental, com pesquisa em Fundamentos da Educação, Formação de professores e políticas públicas, Ecologia e ambiente. Tem experiências na Educação Básica, no Ensino Superior e em Gestão Universitária".

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Publicado
2018-08-30
Seção
Doutrinas