EM DEFESA DE UMA SUSTENTABILIDADE SOCIAL COM FUNDAMENTO NA ÉTICA DA ALTERIDADE: UMA REFLEXÃO LITERÁRIA DA OBRA “PORTAS ABERTAS” DE LEONARDO SCIASCIA

  • Marilin Soares Sperandio IMED
  • Sérgio Ricardo Fernandes de Aquino IMED
  • Carolina Camargo IMED
Palavras-chave: Direito e literatura, Ética da alteridade, Políticas de humanidade, Sustentabilidade social.

Resumo

A presente pesquisa tem por objetivo propor a alteridade como meio para viabilizar o aperfeiçoamento das relações no cotidiano dos juristas. Para tanto, propõe-se o seguinte problema de pesquisa: “Alteridade pode ser a condição de aperfeiçoamento do direito para se alcançar a sustentabilidade social?” A hipótese apresentada ao problema sugere que sim, a alteridade pode viabilizar a sustentabilidade social, propondo-se, então as políticas de humanidade, como meio para sua efetivação. Assim, inserido na tradição dos estudos em direito & literatura, o ponto de partida para as reflexões propostas é a obra Portas Abertas, de Leonardo Sciascia, na medida em que as narrativas literárias oferecem um vasto campo de estudos que auxiliam na compreensão de problemas jurídicos. O método utilizado para a construção da pesquisa foi o fenomenológico hermenêutico.

Biografia do Autor

Marilin Soares Sperandio, IMED
Possui Graduação em Direito (IMED). Mestranda em Direito pela Faculdade Meridional (IMED). Bolsista PROSUP/CAPES vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - IMED em Passo Fundo/RS. É Membro do Kathársis - Centro de Estudos em Direito e Literatura - IMED. Membro do Grupo de Pesquisa Transnacionalismo e Circulação de Modelos Jurídicos (PPGD-IMED) e Membro Efetivo da RDL - Rede Brasileira Direito e Literatura.
Sérgio Ricardo Fernandes de Aquino, IMED
Doutor e Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado – em Direito da Faculdade Meridional – IMED. Pesquisador da Faculdade Meridional. Membro do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Humanas, Contingência e Técnica na linha de pesquisa Norma, Sustentabilidade e Cidadania da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Membro associado do Conselho Nacional de Pós-Graduação em Direito - CONPEDI. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Ética, Cidadania e Sustentabilidade no Programa de Mestrado em Direito (PPGD) da Faculdade Meridional - IMED. Membro do Grupo de Pesquisa sobre Direitos Culturais e Pluralismo Jurídico da Faculdade Meridional - IMED. Membro do Grupo de Pesquisa sobre Transnacionalismo e Circulação de Modelos Jurídicos da Faculdade Meridional - IMED. Vice-líder no Centro Brasileiro de pesquisa sobre a teoria da Justiça de Amartya Sen. Membro da Associação Brasileira de Ensino de Direito - ABEDi. Membro do Grupo de Pesquisa em Direito Empresarial e Sustentabilidade, do Instituto Blumenauense de Ensino Superior. Passo Fundo. RS. Brasil
Carolina Camargo, IMED
Graduada em Direito pela Faculdade Anhanguera de Passo Fundo/RS. Pós-graduada em Direito de Família Avançado pela Faculdade Anhanguera. Mestranda em Direito pela IMED/RS. Membro do Centro Brasileiro de Pesquisas sobre A Teoria da Justiça de Amartya Sen: Interfaces com Direito, Políticas de Desenvolvimento e Democracia, do PPGD IMED.

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Publicado
2017-08-22
Seção
Artigo Original