Inatividade física aumenta as chances de absenteísmo por doença em trabalhadores de empresa siderúrgica

Palavras-chave: Absenteísmo, Estilo de vida, Categorias de trabalhadores, Inatividade física, Saúde do trabalhador

Resumo

Avaliar os fatores associados ao absenteísmo por doença em trabalhadores de uma siderúrgica em Vitória, Espírito Santo/Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal, com base na coleta de informações sobre eventos ligados à saúde de colaboradores em uma siderúrgica. Foram avaliados 317 colaboradores do sexo masculino. Para fins deste estudo, foram coletadas variáveis referentes as características sociodemográficas, estilo de vida, características laborais e condição clínica. Os siderúrgicos que trabalhavam no setor operacional apresentaram 3,96 vezes mais chances de se afastarem por doença (IC95% 1,86–8,44). Da mesma forma, os indivíduos pouco ativos tiveram quase o triplo de chances de se absterem do trabalho (OR 2,92, IC95% 1,14–7,46) e os que autoavaliaram negativamente o seu estado de saúde apresentaram mais que o dobro de chances de absenteísmo por doença (OR 2,14, IC95% 1,07–4,29). Sugere-se às empresas desenvolverem programas de condicionamento físico e planos de trabalho para minimizar fatores associados ao absenteísmo por doença.

Biografia do Autor

Michell Vetoraci Viana, Universidade São Judas Tadeu - USJT
Doutor do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, Brasil.
Danyela Gomes Cabaline Viana, Prefeitura Municipal de Vitória - PMV
Médica de Saúde da Família do Município de Vitória (PMV), Vitória (ES) e Preceptora em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Santa Casa de Misericórdia (EMESCAM), Vitória (ES), Brasil.
Almir de França Ferraz, Universidade São Judas Tadeu - USJT
Doutor do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, Brasil.
Monica Cattafesta, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutora em Saúde Pública (PPGSC), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória (ES), Brasil.
Luciane Bresciani Salaroli, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutora em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória (ES). Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) e do Programa de Pós-graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória (ES), Brasil.
Erinaldo Luiz de Andrade, Universidade Nove de Julho - UNINOVE
Doutor em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo e coordenador do curso de educação física e professor da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) São Paulo, Brasil.
Aylton Figueira Júnior, Universidade São Judas Tadeu - USJT
Doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), São Paulo e professor do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, Brasil.

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Publicado
2021-12-20
Seção
Artigos Originas - Promoção da Saúde