O impacto regulatório das relações de Angola com o FMI a partir de 2018
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9184.2023v23n2.e11667Palavras-chave:
Corrupção, Angola, FMI, Impactos Regulatórios, SoberaniaResumo
As instituições criadas em Bretton Woods estão articuladas no sentido de propiciar um ambiente de desenvolvolvimento e de estabilidade para as nações por via da disponibilização de auxílios. Estas parcerias entre os países e o Fundo Monetário Internacional - FMI, por exemplo, geram impactos na estrutura, na conceção e na gestão das políticas de regulação da economia, redirecionando, em grande medida, o rumo dessas economias para ambientes de maior estabilidade e confiabilidade, pelo que o presente artigo explora e descreve o arcaboiço regulatório construído por Angola a partir do ano de 2018, notadamente na construção da transparência e boa governança, como fruto dos novos acordos firmados pelo governo de Angola e o FMI, e analisa os benefícos e as contradições na condução dessas políticas em Angola, tendo em conta o status social, político e econômico em voga no país no momento em que estas parcerias são adotadas. O artigo é uma contribuição ao conhecimento do modo pelo qual as políticas dos organismos financeiros internacionais têm impactado a vida de nações notadamente em processo de construção da sua soberania política, econômica e cultural, como é o caso de Angola, no continente africano, abrindo-se a possibilidade do seu conhecimento e estudo na academia brasileira, não só por Angola ser um país de língua portuguesa como o Brasil, mas, igualmente, em razão de importantes similitudes de traços culturais.Referências
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